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segunda-feira, 27 de julho de 2020

Mobilização Cicatricial !

Olá Pessoal! Essa post é apenas uma breve explanação sobre a técnica de Wetterwald que é utilizada para liberação cicatricial, em outras oportunidades aprofundarei o assunto.

- Para todos que pretendem realizar uma cirurgia é muito importante lembrar o seguinte:

“Toda intervenção cirúrgica provoca uma lesão ou morte de células do tecido agredido, e desencadeia, em conseqüência, um processo inflamatório que representa a reposta do organismo a agressão.”



CICATRIZES HIPERTRÓFICAS E RETRÁTEIS CONSEQUENTES À CIRURGIA PLÁSTICA

A cicatrização das feridas é conceituada, como um conjunto de fases fisiológicas e bioquímicas que ocorrem no organismo, em resposta a uma agressão sofrida, finalizando com o reparo do tecido lesado. 
Como resultado de um processo cicatricial alterado pode-se encontrar alterações da pigmentação, cicatriz hipertrófica, latirismo e o quelóide.

Segundo Chem et al o desenvolvimento da cicatriz hipertrófica depende de uma resposta alterada da pele a um sofrimento tecidual. A formação destas cicatrizes é resultado de uma deposição excessiva de fibras de colágeno, onde o tecido em condição de hipóxia, selecionaria fibroblastos com maior capacidade de deposição de colágeno, aumentando as proporções da cicatriz.

Também existe a possibilidade de que a sua formação deva-se a diminuição da degradação de colágeno depositado na cicatriz ocorrida pela alteração na enzima de degradação do colágeno, a colagenase. A diminuição da ação dessa enzima provoca menor destruição do colágeno, aumentando sua concentração final. 

Algumas manifestações clínicas são importantes para o diagnóstico diferencial da cicatriz hipertrófica, destacando-se o seu surgimento logo após a cirurgia, tendência de regredir com o tempo, extremidades limitadas, tamanho comensurável com o ferimento, ocorrência em áreas de tensão tecidual em regiões flexoras e boa resposta ao tratamento cirúrgico.

Cicatrizes hipertróficas tendem a ter sua superfície lisa, são elevadas, mas raramente ultrapassam 4 mm da pele, são avermelhadas, pruriginosas e dolorosas.
A prevalência de cicatrizes hipertróficas na população como um todo ainda é desconhecida. Apesar da indefinição quanto a sua ocorrência, certos fatores já foram relacionados com o seu surgimento, sendo que a tensão da pele é dada como fator crítico na sua formação, pois quando ocorre perda de tecido é gerada uma tensão crescente na tentativa de fechar a ferida. 

Embora possam ocorrer em qualquer parte do corpo, cicatrizes que cruzam articulações ou pele enrugada em ângulos retos são especialmente prováveis de formar cicatrização hipertrófica, possivelmente pelas constantes forças de tensão que ocorrem.

Uma cicatriz hipertrófica tende a se desenvolver quando uma lesão se estende para a derme reticular ou mais profunda. Ela freqüentemente segue queimaduras de segundo ou terceiro graus ou ferimentos com atrasada epitelialização, especialmente em crianças.

Hereditariedade, raça, regiões anatômicas, técnica cirúrgica, infecção e manuseio pós-operatório inadequado têm sido implicados na gênese de cicatrizes hipertróficas, desta forma, fatores como pele negra, idade entre 10 e 30 anos e região deltoideana, esternal, lobo da orelha e face têm sido apontados como mais susceptíveis ao aparecimento destas cicatrizes. 

Alterações do sistema endócrino também têm sido implicadas na formação de cicatriz hipertrófica, porém os fatores predisponentes ainda permanecem incertos.
Sabemos que o fator mecânico da tensão na linha de sutura, o manuseio pré e pós-operatório, a qualidade do curativo e a prevenção de infecções são fatores que interferem diretamente na cicatrização.


Desta forma, seria interessante e oportuno um estudo que contemplasse dados sobre a ocorrência de cicatrizes hipertróficas em decorrência de cirurgias plásticas estéticas realizadas no Brasil. 

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Manobra de Wetterwald

Consiste em movimentos de pinçamento e rotação de uma prega, promove assim importante ação na prevenção e tratamento das aderências, melhorando assim a maleabilidade tecidual, com consequente melhora da função e aparência do tecido afetado;


A – Movimentos circulares em todo trajeto cicatricial, com profundidade de leve  a moderada, buscando os planos mais profundos. Pode ser feita 2 a 4 vezes, podendo alternar o sentido do círculo (horário ou anti horário);


B – Faça uma pinça entre o polegar e o indicador. Siga realizando movimentos nos dois sentidos, sem soltar a pega dos dedos. E cada área pinçada realize movimento por aproximadamente 1 minuto, pinçando a área seguinte e repetindo toda manobra ao longo da cicatriz;


Na sequência:

A/B – Posicione o polegar e indicador direitos e esquerdos apoiando sobre as extremidades da cicatriz. Realize movimentos de contrários para direita e esquerda de forma que a cicatriz se ponha em estiramento constante. Duração de 2 a 4 minutos (ou tempo superior quando houver cicatriz hipertrófica, com ou sem quelóide).
Na sequência podemos realizar o rolamento suave do tecido cicatricial.




GUIRRO, Elaine Caldeira de . Fisioterapia dermato-funcional: fundamentos, recursos, patologias. São Paulo, Ed. Manole, 2004.

Artigo - : CICATRIZES HIPERTRÓFICAS CONSEQUENTES À CIRURGIA PLÁSTICA Autores: Ludmila Bonelli-Cruz, Edilcemara Oliveira Freitas, Liliani Gonçalves Basques, José Tadeu Madeira-Oliveira, Fábio dos Santos Borges.